domingo, 10 de abril de 2011

weWATCH | Les Amours Imaginaires


O filme se inicia com recortes de depoimentos de jovens sobre seus desencontros amorosos e, em meio aos temas como stalkers por amor, dúvidas sobre a sexualidade do seu alvo de conquista e relacionamentos que se baseiam em conceitos e não em afeto, somos obrigados a dizer “Meu deus, sou eu!”. Após esta envolvente introdução, inicia-se a trama sobre dois amigos, Marie e Francis (interpretado pelo próprio Xavier Dolan), que desenvolvem uma paixão obsessiva pelo rapaz que mais poderia ser um deus, Nicolas. Suas vidas mudam quando conhecem Nicolas (Niels Schneider), um charmoso rapaz do interior que acaba de se mudar para Montreal. Um encontro se sucede ao outro e os três logo se tornam um grupo inseparável. Mas Francis e Marie, ambos apaixonados por Nicolas, desenvolvem fantasias obsessivas em torno de seu objeto de desejo comum. À medida que atravessam as típicas fases da paixão, embarcam numa verdadeira disputa pela atenção do rapaz, comprometendo sua antiga amizade.


Xavier Dolan, um jovem de 21 anos que responde não apenas pela direção e roteiro do filme, como vive um dos personagens apaixonados dessa história. Dolan joga câmeras lentas, filtros de cores fortes, fotografia de blogs afetivos e uma trilha sonora obviamente e fantasticamente indie. Tudo em cena é pensado para ser "cool" e esperto, da armação dos óculos até a xícara de porcelana, passando por uma inevitável máquina de escrever. Por cima dessa estética da modernidade que paira sobre nós, diálogos inteligentes e criativos. Como se não bastasse, a história central do triângulo amoroso é intercalada por depoimentos do tipo "reality show" de outros jovens relatando suas desventuras amorosas com confissões do tipo: "e quando finalmente vem um novo mail na minha caixa de entrada, a mensagem não é dele, é da Amazon".

No geral o filme fala sobre paixões e amores não correspondidos, deslumbramentos que criamos sobre algo ou alguém que acabam se tornando verdadeiras desilusões, mas que podem de ser enfrentadas com o humor e elegância, acima de tudo.

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