sábado, 19 de fevereiro de 2011

weREAD | Pequena Abelha - Chris Cleave


Pequena Abelha (Little Bee) é um livro cheio de jogada de marketing. Quando se tenta ler sobre a história na contra-capa, tudo o que se consegue é um "Impressionante" ou "Não posso contar sobre o que é, porque estragaria tudo". 
Fato: é difícil revelar alguma coisa sem spoilers, porque o livro é curtinho e tudo gira em torno de um único acontecimento. O que posso dizer é que a história de uma menina africana que fugiu ilegalmente para Londres e vai morar com uma mulher inglesa e seu filho de 5 anos. 
A narrativa se desenrola dois anos depois do dia em que elas se conheceram na África (no qual aconteceu uma coisa terrível que definiu o destino delas para sempre), em meio a guerra pelo petróleo. 
Quando elas se encontram na Inglaterra, o marido de Sarah, Andrew, acabou de cometer suicídio e isso, somado a aparição da menina, fazem a inglesa repensar sobre o rumo de sua vida. 
As duas se dão forças para enfrentar e definir o futuro, enquanto Pequena Abelha vai descobrindo o mundo europeu e todos os contrastes com sua cultura.

Abelhinha e Sarah O'Rourke se intercalam na narrativa de cada capítulo. Toda graça do livro está nas narrativas da menina africana. E é nas conclusões que ela tira durante as comparações que faz, que está todo triunfo do livro, na leveza e frieza com que nos joga na cara verdades tão mesquinhas, mas tão cravadas em nossa sociedade.

Porém, nenhum personagem cativa daquele jeito que dá vontade de torcer pra tudo acabar bem ou que você chora horrores se tudo der errado.
Acredito que se eu tivesse lido o original em inglês, as coisas fariam muito mais sentido, porque há vários jogos de palavras no enredo.

O livro vai virar filme, com Nicole Kidman no papel de Sarah. Acho que vai ser, pelo menos, visualmente bonito e impactante, talvez meio parecido com O Jardineiro Fiel.

Enfim, é um bom livro pra se ler naquela tardezinha de tédio.

"Em nossa aldeia, na única Bíblia existente faltavam todas as páginas depois do versículo 46 do capítulo 27 de Mateus, de modo que a conclusão de nossa religião, o máximo que qualquer um de nós sabia era: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?"

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